Sua Majestade, o Bolo

No Recife, nada pode ser mais tradicional do que o Bolo
de Noiva de ameixa. Receita antes, secretíssima de D. Leonie,
mas que foi passando de geração em geração até que por um
acaso do destino, caiu na minha mão.
Se for para casar e não ter um bolo desse, melhor nem casar..
Sem falar que, o costume manda que, no dia do casamento, a noiva
congele uma fatia e só a coma 1 ano depois, para dar sorte no
casamento.

Victor aprovou!!!














BOLO DE NOIVA

» Massa

Ingredientes
500 g de manteiga
500 g de açúcar
500 g de farinha de trigo
5 ovos inteiros
500 g de ameixa sem caroço
1 xícara de chá de achocolatado
1 colher de sobremesa de fermento
1 colher de chá de baunilha
1 colher de café de sal
250 g de passas, sem caroço, dormidas em uma xí­cara de vinho tinto
Raspa de um limão a gosto


Preparo
Prepare um doce de ameixa separadamente, cobrindo as ameixas picadas com água e acrescentando uma xí­cara de chá de açúcar. Deixa no fogo até ficar bem firme e soltar da panela.
Bata a manteiga com o açúcar, acrescente os ovos um a um e bata mais um pouco. Misture todos os ingredientes secos e adicione à massa. Acrescente os demais ingredientes, misture, e por último, junte o doce de ameixa já preparado.
Asse em forma untada e forrada com papel manteiga, dos lados e no fundo. Unte o papel manteiga e polvilhe com farinha de trigo. Use forno baixo entre 100 e 120 graus, pré-aquecido, durante 3 a 4 horas.

A História

A começar pelo seu preparo, o bolo de casamento está atrelado a um verdadeiro ritual. “Leva de três a quatro dias para bater, assar, esperar esfriar e confeitar”, afirma Doris Rossiter, no mercado há 40 anos, que chega a gastar de seis a oito horas esperando o bolo sair do forno. Se a iguaria leva muito tempo para ficar pronta, mais tempo ainda se gasta para ser consumida. Por tradição, os ingleses congelam algumas fatias para serem comidas nas bodas de prata, ou seja, no aniversário de 25 anos do casório. Dando os devidos descontos, as boleiras locais confirmam o rito. “Com o tempo, o sabor muda e fica mais apurado, acentua-se o gosto do vinho. Se congelado, o bolo dura muito tempo, mas eu recomendo guardar no máximo por um ano. “O bolo demora muito a estragar porque leva vinho em vez de leite”, explica Jane Asfora, filha da tradicional boleira Dona Leonie, falecida há oito anos. A tradição reina absoluta nas famílias de boleiras. É o caso não só de Jane e de sua irmã Eliane, mas também de Socorro, filha de Edizete Cruz, bastante conhecida em Caruaru, e de Doris, que herdou a receita da mãe, Creuza de Brito Rossiter, e fez questão de ensiná-las a suas três filhas, que hoje trabalham com ela. “A cada geração, aumenta a qualidade. Minhas filhas são melhores que eu e minha mãe dizia o mesmo de mim”, conta Doris. Por qualidade, entenda-se não só o visual do bolo, mas também seu sabor. Afinal, apesar de fazer parte da decoração da festa, a sobremesa nupcial não pode servir apenas de enfeite – mais do que bonito, um bolo de casamento tem que ser gostoso. Para isso, cada doceira tem algumas cartas especiais escondidas na manga. “O segredo é a maneira de bater e a qualidade do material”, revela Jane. “É preciso ter muito cuidado no ato de bater e também ao assar. Se demorar no fogo, o bolo pode perder a gordura e ficar seco. O bolo também não pode ser virado quente, para não deformar, e o material precisa ser de primeira”

Engana-se quem pensa que bolo de noiva é sinônimo direto e exclusivo de massa escura, vinho, ameixas e frutas cristalizadas. “Nos casamentos fora de Pernambuco, come-se bolo branco, tipo torta recheada”, “O bolo escuro é uma tradição nossa, herdada dos ingleses”, complementa Doris. De acordo com ela, o nosso bolo de noiva é característico dos festejos natalinos da Inglaterra. “Os ingleses trouxeram a versão deles e nós a adaptamos. Substituímos as cerejas por ameixas, que são bem mais fáceis de achar aqui. Também trocamos o conhaque pelo vinho moscatel.

P.S. Depois que eu descobri essa receita, todos os festejos daqui de casa, é com esse bolo. O curioso é que, se tiver alguem de Recife, ficam pensando que eu encomendei o bolo e veio de lá, pois aqui em São Paulo ninguem faz.

P.S 2. Já estou com máquina novamente

Um comentário:

Michelinne Maciel - Contato: michelinne@delfoseventos.com.br disse...

Obrigada por compartilhar sua receita de família, fiz e matei a minha vontade de comer esse bolo. Morei 6 anos em Recife, e sempre que podia estava comprando esse bolo pra comer em dias sem nenhuma comemoração mesmo, infelizmente, esse bolo é tradição só de Pernambuco. E a sua receita foi a melhor que já experimentei, perfeito! Abraços